segunda-feira, 16 de março de 2009

A Sul da Fronteira, a Oeste do Sol - Crítica

Fiquei sem palavras, de boca aberta. Olhei em frente, e despertei lentamente para as percepcções e sensações do mundo real. A névoa formada pela minha mente, que me protegia dos sons e das pessoas à minha volta, foi-se desvanecendo... e dei por mim a fechar o livro, porque o acabara.

Tão maravilhoso quanto Sputnik, Meu amor, do mesmo autor, A Sul da Fronteira, A Oeste do Sol foi de uma leitura mais fácil (não digo mais leve); com um enredo menos definido, mas de uma maior facilidade de compreensão. O vocabulário usado foi muito bom, as descrições dos sentimentos, das emoções, dos pesos na consciência... espetaculares. A percepcção do passado e do presente, do que vale a pena e do que não vale, do «talvez» e do «poderia ter acontecido, ou não»... perfeitos. Este livros foi delicioso de ler, refrescante (visto que o tempo está a aquecer!), e devorei-o em três dias. A relacção entre a personagem principal, Hajime (um rapaz que começa a história com 12 anos, e que termina com 37), e as diversas mulheres que vão aparecendo ao longo da história - como Izumi, Yukiko... mas, acima de tudo, Shimamoto - Está muito bem acompanhada, os diálogos são mágicos e surreais...

Sinceramente, não tenho muitas palavras para descrever a sensação que é ler, e terminar de ler um livro de Haruki Murakami. Se já aconteceu com este e com Sputnik, Meu Amor, estou certo que também irá acontecer com Crónica do Pássaro de Corda, o próximo livro que tenciono ler do autor, dentro de poucos meses. A escrita deste senhor japonês é muito bem identificável, e arrisco-me a dizer que os seus livros têm sempre a mesma fórmula, e o que muda um pouco são as personagens e as situações. Adorei, e a minha sugestão para quem nunca leu anda deste autor é que aproveitem este livro novo que saiu há apenas duas semanas e ainda por aí pelas livrarias para começarem a ler Murakami. Prometo que não se arrependerão.

Páginas: 141

Personagem Preferida: Hajime, o narrador presente, pela complexidade, veracidade e surrealidade com que nos é apresentado (sim, essas três coisas ao mesmo tempo), e Shimamoto, pela sua presença que vem dar sempre um toque de mistérios à história.

Nota (0/10): 9 - Excelente

Tiago
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2 comentários:

oscar carvalho disse...

Quando chove no deserto, os insectos e as plantas florescem, mas quando o sol aperta apenas permanece o deserto.
Afinal o deserto é que é a vida.

Shimamoto foi a flor que se foi. Ficou a "vida"

Miguel Marques disse...

Quando puderes lê a minha critica a este grande romance em

http://www.cemiteriodoslivrosperdidos.blogspot.pt/

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