segunda-feira, 1 de junho de 2009

O Senhor Valéry - Crítica

«O Senhor Valéry vestia sempre de negro. Ele explicava:
- Ao verem-me de preto julgam-me de luto e, por compaixão, não me enviam mais sofrimento.»

Parece-vos esperto, este senhor Valéry? É-o, de facto. Ao longo do livro, ficamos a saber que o Senhor Valéry é uma pessoa de estatura baixa, gosta de passear sozinho à noite pelas ruas do seu bairro, que gosta de desenhar, entre muitas outras coisas... é muito inteligente, este O Senhor Valéry, de Gonçalo M. Tavares, que com este livro inaugural da sua saga "O Bairro" ganhou o Prémio Branquinho da Fonseca.

Não é um romance, nem tão pouco uma novela. E talvez não sejam sequer contos. São histórias pequeníssimas, de duas a três páginas, acompanhadas de ilustrações do próprio Senhor Valéry (na verdade são de Rachel Caiano, cujo trabalho gostei muito de conhecer nesta obra). Uma constante ao longo do livro? Conciso, e lógico. Coerente e apelativo. Muito interessante.

A forma filosófica como O Senhor Valéry aborda temas comuns, a forma como os complica, mas depois os explica de forma directa, é muito gira de assistir. Mas o que nos apresenta são pensamentos bastante filosóficos, como por exemplo aquele que está em itálico no início desta crítica.

Fiquei bastante curioso no resto desta colecção, que continua a ser escrita pelo autor, e que actualmente com oito volumes, todos com nomes de personalidades do mundo da escrita, às quais o autor quis prestar uma homensagem nesta saga.

Um livro que pode ser lido numa hora, ao longo de uma semana, ou até de um mês, caso se queira ler uma situação das muitas que são apresentadas por dia. Os meus parabéns ao autor, que conseguiu criar um livro inteligente a partir de ideias, no fundo, simples e complicadas ao mesmo tempo!

Número de Páginas: 80

Personagem Preferida: Bem, esta alínea é escusada, mas... o senhor Valéry, visto que é a única personagem apresentada no livro, à parte de figurantes sem nome.

Nota (0/10): 6 - Agradável

Tiago

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