sábado, 31 de outubro de 2009

Haruki Murakami - Auto-Retrato do Escritor...

Faço sempre uma visita semanal ao site oficial da Fnac e da Bertrand, respectivamente. E no primeiro que referi, encontrei um novo livro que obviamente tenho de "publicitar". Trata-se da nova obra de Haruki Murakami, "Auto-Retrato do Escritor, Enquanto Corredor de Fundo". Ponderei alguns instantes no título e resolvi posteriormente ler a breve síntese que se encontrava abaixo do livro. Fiquei completamente maravilhada.
Se há algum escritor, capaz de pegar em temas que parecem tão pouco elucidativos ou mesmo de difícil desenvolvimento e transformá-los em quase poesia, Haruki Murakami é o único que até agora encontrei capaz de o fazer. Não é só a forma como dá a conhecer as personagens ou o conteúdo envolve o leitor, é mais que isso. Quem já leu Haruki Murakami, sabe que é um escritor visionário.

Depois de toda esta publicidade, é claro que não é preciso dizer que este livro vai figurar na minha biblioteca. Para além da enorme qualidade, a escrita deste senhor vicia. Espero que comprem.
O livro encontrar-se-à disponível a partir de dia 6 de Novembro.
Patrícia

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Crítica - "Mensagem", de Fernando Pessoa

Foi a minha estreia de Fernando Pessoa, escritor poeta português que sempre despertou em mim a maior das curiosidades, e de quem finalmente li uma obra. Este livro, «Mensagem», é feito apenas de poesia; mais de cem páginas de poemas, formando, no seu todo, um retrato belíssimo da história de Portugal.

Não é só o facto de Fernando Pessoa escrever maravilhosamente bem, transferindo do papel para a nossa alma sensações e emoções que de outra forma seriam muito difíceis de ter. Mostra-nos que o povo português teve muitos heróis, mostra-nos que os Descobrimentos Marítimos foram de facto uma aventura de proporções épicas, e que o declínio do sonho português levou Portugal para o centro de um grande nevoeiro, do qual não saiu.

Com este livro, Pessoa aborda a história de Portugal, e apresenta-nos retratos do passado nos quais nos devemos basear para guiarmos a nossa vida hoje. O último verso do último poema diz tudo: «É a hora!». É possível o país voltar a erguer-se a mostrar a chama que há nele! É possível voltarmos a ser os heróis dos Descobrimentos!

Foi de um enorme prazer ler, e entretanto já comecei a reler, desta vez tendo mais atenção aos pormenores. Pré-requisitos? Talvez gostar de poesia!... Na minha opinião, foi uma boa escolha minha começar a ler este autor por esta obra.

Páginas: 106

Nota (0/10): 8 - Muito Bom

Tiago

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Fernando Pessoa com o Jornal «i», grátis!


Pois é. O jornal «i» vai lançar uma colecção grátis, todas as sextas feiras, de 10 das principais obras de Fernando Pessoa. Nunca li nada deste autor, embora me encontre presentemente a ler "A Mensagem", mas sempre tive uma enorme curiosidade por este autor. Não posso perder, por isso, esta colecção. Grátis com o jornal, é de aproveitar! Já agora, para quem não conhece o «i», acreditem que é um jornal muito original, provavelmente o melhor diário que temos no nosso país.

Mensagem (Fernando Pessoa): 30 de Outubro

O Banqueiro Anarquista (Fernando Pessoa): 6 de Novembro

O Guardador de Rebanhos (Alberto Caeiro): 13 de Novembro

A Essência do Comércio (Fernando Pessoa): 20 de Novembro

Soneto já Antigo e outros Poemas (Álvaro de Campos): 27 de Novembro

Sobre a República (Fernando Pessoa): 4 de Dezembro

Prefiro Rosas, Meu Amor, à Pátria e outras Odes: 11 de Dezembro

Aviso por Causa da Moral e outros Textos (Álvaro de Campos): 18 de Dezembro

Liberdade e outros Poemas Ortónimos (Fernando Pessoa): 24 de Dezembro

Páginas do Livro do Desassossego (Bernardo Soares): 31 de Dezembro

Tiago

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Caim



Trata-se de criticar a Igreja e a existência de Deus. Sendo José Saramago um não crente, acredito que é uma autêntica afronta a todas as pessoas que se dedicam à fé como a sua salvação. Um livro de reflexão, actual, uma pitada de ironia e desafio, penso que combina todas as qualidades de um bom livro.

Por agora deixo a sugestão e o desejo de o comprar assim que possível. A imagem reporta-se às várias capas do livro "Caim".

Patrícia

domingo, 18 de outubro de 2009

O Mundo de Sofia - Crítica

Este livro foi, sem dúvida, um dos livros mais confusos e misteriosos que eu li até hoje. Por acaso (mas só por acaso) o Tiago já me tinha dito mais ou menos do que se tratava, porque não estava à espera de um dia ainda me vir a emprestá-lo. No entanto, mesmo sabendo o básico, fiquei muitas vezes à nora com as coisas que iam acontecendo.
Acho a escrita deste autor bastante acessível e, à pala deste livro, comecei a gostar de Filosofia. Nas aulas do ano passado, no 10.º ano, fazia esforços enormes para não adormecer – e às vezes sem sucesso. Este ano tenho estado atenta em todas as aulas e estou a gostar bastante; devo-o, praticamente, a este livro, que me mostrou a História da Filosofia com outros olhos.
Cheguei mesmo a identificar-me com Sofia quando ela fazia perguntas como “Será que eu estou mesmo viva ou sou o produto da consciência de alguém?” Cada vez que pensava na Vida em si mesma e no Porquê disto tudo, a minha cabeça dava voltas e voltas. Gostava de obter respostas mas tenho medo delas, sinceramente. E como lia sempre antes de ir para a cama, chegava mesmo a custar-me a adormecer só de ficar a pensar o Porquê de nós existirmos!
Lá mais para o fim é que o livro começa a explicar melhor o que se está a passar mas continuei confusa à mesma, especialmente devido à fantasia que o autor misturou com a realidade. Não é uma fantasia como as outras, é bastante diferente… Algo que eu nunca tinha lido.
Encontrei tantos excertos deste livro que se encaixaram comigo que, se os tivesse posto aqui todos, vocês ficavam com imensos spoilers! Apesar de confuso, foi um livro delicioso de ler. Gostei, especialmente, do último capítulo do livro, por diversas razões que não vou agora nomear. E agradeço a Jostein por me fazer gostar de Filosofia, sempre dá uma ajudinha na média.


Número de Páginas: 453
Personagens Preferidas: Sofia Amudsen (por ser uma adolescente tão normal como todos nós e, de repente, mudar tudo; adaptou-se bastante bem às mudanças), Hilde Moller Knag (pela solidariedade pelas personagens do "seu" livro) e Albert Knox (por toda a frustração que vai sentindo e pelo belo professor de Filosofia que é).
Nota de 0 a 10: 8,5


Sara

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Lançamento do novo Romance de José Rodrigues dos Santos


Actualização: A capa já foi divulgada na Internet, mais concretamente no blog da revista "Os Meus Livros". A partir da mesma, e do título, "Fúria Divina", podem formular-se palpites acerca do tema... :)


Já foi colocado no site da Gradiva, editora que publica as obras de José Rodrigues dos Santos em Portugal, a informação oficial do lançamento do novo livro deste autor (que, como alguns leitores do blog devem saber, terá uma semana dedicada a si aqui no Lydo e Opinado, com uma entrevista exclusiva!). Como aconteceu já em anos anteriores, o nome da obra não foi divulgado, nem tão pouco o tema, que se vão manter em mistério por mais alguns dias...

A Gradiva coloca apenas as seguintes pistas:

Novo romance de um autor que já habituou os seus muitos leitores a aliar o prazer lúdico da leitura ao enriquecimento proporcionado pela relevância dos temas tratados e pela investigação rigorosa que os fundamenta. Depois de tratar a crise energética e os últimos avanços da ciência numa mistura extremamente hábil e subtil de ficção e realidade, José Rodrigues dos Santos traz-nos mais um tema escaldante da actualidade, num acontecimento editorial que dará muito que falar.

E, a grande novidade, é que muito em princípio o Lydo e Opinado lá estará a marcar presença, pelo menos pela minha pessoa (ainda vou tentar convidar a Patrícia e a Sara), até porque, já que vamos entrevistar o autor, é uma oportunidade para, pelo menos, lhe dirigirmos algumas palavras!...

Sábado, dia 24 de Outubro, na praça central do centro comercial Colombo (na imagem de cabeçalho do post), em Lisboa, pelas 17h. Lançamento nacional do livro, seguido de sessão de autógrafos!

Tiago


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Herta Müller - Prémio Nobel da Literatura 2009


Foi divulgado há cerca de vinte minutos o nome do vencedor da edição deste ano do Prémio Nobel da Literatura. A escritora romena Herta Müller, de cinquenta e seis anos. Autora de vinte obras distintas, tem publicados em Portugal os livros O Homem é um Grande Faisão sobre a Terra e A Terra das Ameixas Verdes (ver capa no fim do post). No entanto, e ao que parece, ambos os livros estão indisponíveis no mercado.

Durante a atribuição do prémio, a Academia Sueca disse que a autora consegue «com a densidade da sua poesia e a franquesa da sua prosa, retratar o universo dos desapossados». A escritora poeta ganha, assim, um prémio monetário de aproximadamente 950.000 euros.

Pelo que vou conseguindo perceber ao ler aqui e ali na internet, esta escolha está a ser uma surpresa, visto que existiam candidatos que à partida eram mais referidos aquando dos prognósticos. AH, e ainda não foi desta que o Murakami venceu! Há-de ganhar, talvez para o ano....

Nunca li nada da autora, escusado será dizer. Não conhecia a sua existência sequer; aliás, eu quase nunca conheço os vencedores do Nobel! Mas agora que ganhou, não deve faltar muito até que Herta Müller veja publicados os seus livros em muito mais países - Portugal inclusivé.

Conheciam Herta Müller? Alguma vez leram alguma coisa dela? Quem, na vossa opinião, merecia ter ganho o Nobel? Fico à espera das vossas respostas!...

Tiago

sábado, 3 de outubro de 2009

Os Maias - Crítica


Os Maias. Livro de referência no panorama nacional, considerado por muitos como o melhor livro jamais escrito por um português - Eça de Queirós; a sua leitura ocupou-me quase dois meses. Com fases um pouco mais entusiasmantes do que outras, Os Maias acabam por confirmar o seu estatuto de "maçudo", mas também se revelam como um excelente retrato da época, e de uma leitura peculiar.

Carlos da Maia, a personagem que seguimos, vive em Lisboa, nos finais do século XIX. É o mais novo membro da família dos Maias, rica e influente. Tem o curso de medicina, e amigos influentes, também eles da classe social mais elevada. Mora no Ramalhete, uma casa grande, com aspecto de antigo colégio jesuíta, com o seu avô - Afonso da Maia. Estes são os factos. Segue-se a minha opinião:

No decorrer da leitura, as personagens que foram surgindo (Afonso, Carlos, Ega, Dâmaso, Craft, Cruges, Alencar, a Gouvarinho, os Cohen, Maria Eduarda....) foram-se assumindo com formas de pensar distintas, e personalidades bem destacadas das restantes. Isso foi um ponto positivo. A descrição dos locais, e a linguagem quase clássica que era utilizada nessas alturas, também foi bem conseguida. No seu todo, Os Maias são como um poema em prosa, as palavras fluindo melodiosamente...

Mas!... Nem tudo foi agradável durante a leitura. Existem muitos, mas mesmo muitos tempos mortos, em que quase não existe acção, e o tempo limita-se a passar; em que as personagens falam de tudo e mais alguma coisa, em conversas que se prolongam por páginas e páginas, e que abordam tantos e variados temas... mas que acabam por não ter influência nenhuma no enredo. Quase como uma telenovela, em que falam, falam, falam... mas pouco ou nada avança.

Penso ter existido, portanto, um desiquilíbrio nesse nível. Mas a crítica social implícita está bem conseguida, assim como o facto de Eça de Queirós ter inserido aqui e ali alguns poemas; e o ambiente, as festas, as tertúlias - dão vontade de viver naquela época!

Claramente um clássico. Bom. Com os seus exageros em termos de alongamento das situações, e uma linguagem «Chique a Valer!», como diria Dâmaso. É necessária alguma persistência, para não nos deixarmos ficar a meio, mas a história flui mais a partir de metade. Além disso, acho que é daqueles livros que se vão recordar durante muitos e muitos anos.

Páginas: 725

Personagens Preferidas: João da Ega (é bastante reactivo e precipitado, talvez também um pouco inconstante; mas é o melhor amigo do protagonista, consegue enfrentá-lo, e tem um gosto enorme pela literatura!), Craft (talvez porque achei que a sua personalidade se protege em si própria) e Alencar (que belos poemas ele fazia!).

Nota: 8/10

Tiago

PS: (Muito fica por falar acerca de cada personagem do livro, e de certas cenas em particular... talvez em posts próximos! É que o livro é tão grande que parece que fica muito por dizer!)
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