sábado, 22 de maio de 2010

Crítica - O Senhor Henri

Nome: O Senhor Henri
Autor: Gonçalo M. Tavares
Editora: CAMINHO
Nº de Páginas: 95
Preço Editor: 13,65€

Sinopse: «O senhor Henri disse:
... é verdade que se um homem misturar absinto com a realidade fica com uma realidade melhor.
... mas também é certo que se um homem misturar absinto com a realidade fica com um absinto pior.
... muito cedo tomei as opções essenciais que há a tomar na vida — disse o senhor Henri.
... nunca misturei o absinto com a realidade para não piorar a qualidade do absinto.
... mais um copo, caro comendador. E sem um único pingo de realidade, por favor.»

O Senhor Henri é um homem que vive n' O Bairro criado por Gonçalo M. Tavares, e no qual convivem lado a lado importantes figuras da literatura mundial, embora um pouco codificadas. O Senhor Henri é um homem que gosta de absinto. O Senhor Henri bebe absinto todo o dia, porque diz que o absinto é que é o estímulo que faz o homem pensar, e que ele próprio não sabe o que pensa na sua cabeça - se a cabeça, se o absinto. Mas provavelmente é o absinto.

No seguimento do Senhor Valéry, este livro foi um voltar a todos estes pensamentos, filosofias, questões, jogos de lógica, que vão surgindo ao longo das pequeninas histórias que recheiam o livro. São quase quarenta pequenos contos, que podem ir de um parágrafo até cinco páginas, e que nos levam até dentro da cabeça deste Senhor Henri - que de tão bêbado que está, se contrazid de quando em vez, começando o seu discurso apoiando um ponto de vista, e no fim defende ou contrário, ou já mudou totalmente de assunto.

E constantemente pede mais absinto, mais absinto, na "biblioteca" onde passa o dia, contando histórias aos outros clientes que, como ele, vivem ali a sua vida. Considera-se culto, e gaba-se de recordar datas importantes do surgimento de invenções. E cria ele próprio novos conceitos - bolsos de calças que estejam preparados para levar líquidos, por exemplo.

Uma lufada de inspiração e jogos de lógica, que fazem qualquer leitor sorrir. Embora o livro pareça estranho, sente-se toda uma atmosfera de pensamento que, ajudada pelas ilustrações interessantes de Rachel Caitano, nos fazem devorar o livro mais rapidamente do que desejaríamos. Não é uma obra-prima, claro está. É como que uma experiência, ou ensaio - bem sucedido! Posso só deixar então aqui uma pergunta, e desafiar os visitantes do blog a responderem? É também um convite a aventurarem-se na leitura!

«O Senhor Henri disse: se a laranja viesse de uma árvore chamada macieira, à laranja teria de se chamar maçã ou era à macieira que se teria de chamar laranjeira?». Hm, hm?

Nota (0/10): 6 - Agradável

Tiago

3 comentários:

Patrícia disse...

Já li o Senhor Valery, quero ler o Senhor Henri em breve.

Tatiana Moreira disse...

bem, boa questão xD
eu cá acho que seria o fruto que mudaria de nome xD
bem, deixáste-me curiosa :/ tenho lá um livro que és capaz de gostar: Terra de Ninguém, da Oficina do Livro (Colecção Ovelha Negra - que já agora é uma excelente colecção) ;) experimenta ;) eu li um dos contos e fiquei maravilhada ;)
bjs

Anónimo disse...

Oq q estou aqui a fazer em 2023??

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