quinta-feira, 24 de junho de 2010

Crítica - Poesia (Sophia de Mello Breyner Andresen)

Título: Poesia
Autora: Sophia de Mello Breyner Andresen
Editora: Caminho
Nº de Páginas: 71
Preço Editor: 7,35€

Sinopse: Poesia, primeiro livro de Sophia de Mello Breyner Andresen, teve três publicações autónomas (1.ª ed., Coimbra, Edição da Autora, 1944; 2.ª ed., com variantes, Lisboa, Edições Ática, 1959; 3.ª ed., com o título Poesia I, Lisboa, Edições Ática, 1975). Foi incluído, com novas variantes, em Obra Poética I, Lisboa, Editorial Caminho, 1990. A presente edição definitiva respeita as emendas da autora a esta última versão e inclui um poema (Atlântico) que nela não figurava, tendo sido publicado pela primeira vez em Mar, Lisboa, Editorial Caminho, 2001. A revisão de texto obedece às normas ortográficas vigentes, excepto nos casos em que a autora deliberadamente delas se afasta, e que têm um exemplo significativo na palavra «dansa».

Eram onze da noite quando peguei nele. Ia já para me deitar, visto que passara uma boa parte do dia a estudar para um dos exames, e estava cansado. Mas ouvi um chamamento, suave, como um pedido: era Poesia, de Sophia de Mello Breyner, que queria ser lido. Abri as portas do armário. O livro mais fininho de todos os que estavam na prateleira da lista de espera. Senti imediatamente que o conseguia ler em menos de uma hora, e afinal de contas não seria ainda assim tão tarde quando o terminasse.

O que descobri foi um sujeito poético que vive da noite, para a noite. Que vive do mar, para o mar. Que vive da paz, para a paz. Que não se dá com cidades, que compreende a solidão, que relembra com saudade momentos passados em noites e no mar. Na praia. A lua. Todos estes elementos, descobertos ao longo de mais de trinta pequenos poemas, todos eles respirando um mesmo sentimento, todos eles me fazendo sentir.

E, para mim, na poesia basta isso. Fazer sentir. Ir beber poesia «num navio de altos mastros no mar alto, ó grande noite alucinada e pura, brilhante e escura, bordada de astros.» Nunca tinha lido poesia desta autora, mas sim apenas um livro narrativo chamado "A Floresta". Descobri nesta linguagem poética um lugar onde quero regressar. Se possível novamente à noite. Se possível junto ao mar.

Nota (0/10): 7 - Bom

Tiago

1 comentário:

susemad disse...

A poesia de Sophia de Mello Breyner é recheada de encanto singelo! Na minha mesa-de-cabeceira tenho sempre um livro de poesia para ir saboreando em noites menos inspiradoras de leituras.
Gosto especialmente de Álvaro de Campos, Fernando Pessoa, José Luís Peixoto e João Negreiros.

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