quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Crónica do Pássaro de Corda - Crítica

Nome: Crónica do Pássaro de Corda
Autor: Haruki Murakami
Editora: Casa das Letras
Tradutora: Maria João Lourenço
Páginas: 632
Sinopse: "Toru Okada, um jovem japonês que vive na mais completa normalidade, vê a sua vida transformada após o telefonema anónimo de uma mulher. Começaram a aparecer personagens cada vez mais estranhas em seu redor e o real vai degradando-se até se transformar em algo fantasmagórico. A percepção do mundo torna-se mágica, os sonhos invadem a realidade e, pouco a pouco, Toru sente-se impelido a resolver os conflitos que carregou durante toda a sua vida. Este livro conta com uma galeria de personagens tão surpreendente como profundamente autênticas e, quase por magia, o mundo quotidiano do Japão moderno aparece-nos como algo estranhamente familiar. Crónica do Pássaro de Corda, ao qual foi atribuído o Prémio Yamiuri, é considerado, por muitos, a obra-prima de Murakami."

Não posso afirmar que já li muitas obras de Murakami, até porque só li três, a contar com esta. No entanto, das três obras, esta foi a que me cativou mais. Não foi só a grossura do livro que me cativou, mas toda a sua história. À medida que fui lendo, nem sequer reparava na quantidade de páginas que deixava para trás. Demorei mais de dois meses a ler este livro - o que não é habitual, mas a escola faz destas - mas, quando pegava nele, a minha realidade e o tempo desvaneciam-se. Murakami transportou-me para o seu mundo de uma forma subtil, mas agradável.

Quando começamos a ler algo de Murakami, nunca sabemos o que podemos esperar. E, realmente, este livro tomou caminhos que eu nunca imaginara e terminou de uma forma espectacular. Sinto que a criação deste livro merecia um estudo profundo, para se poderem criar todas as ligações que Murakami originou. E, mesmo por isso, posso considerá-lo um génio.

Um grande problema meu, ao longo da história, foi a maneira como imaginava as personagens. Para mim, as únicas possíveis personagens orientais eram Toru, Creta, Canela e Kumiko. De resto, imaginei todas as personagens à moda ocidental, o que, na minha opinião, estragou alguma da magia do livro.

Confesso que, lá mais para o fim, chegou a uma parte em que fiquei sem vontade de ler. Não sei se terá sido da história em si, naquela fase, ou de mim mesma, mas aconteceu. Felizmente, não desisti. Aliás, não fazia sentido fazê-lo. Por isso, continuei e, no fim, deliciei-me com tudo o que li. É impressionante a maneira como todos os caminhos vão dar a Noboru Wataya e mais não digo! Leiam que vale muito a pena; não se assustem com o número de páginas porque são (quase) todas imprescindíveis.

Personagens favoritas: Toru Okada, May Kasahara, Kumiko, Creta Kano, Canela.

Nota: 9/10 - Muito Bom

Sara

2 comentários:

Ðriqa disse...

A equipa Tastethisbook deseja a todos um Feliz Ano 2010 :)

ohjoana disse...

Este é sem dúvida um dos melhores livros que li de Murakami, não pelo tamanho evidentemente, quem já leu "Kafka à Beira-Mar" dificilmente se vai sentir impressionado com o tamanho deste mesmo. Aprendi que o tamanha dos livros de H.Murakami pouco importa, o conteúdo absorve-nos de tal forma que quando reparamos já passamos a metade do livro ou já estamos de tal forma familiarizados com todo o ambiente que parece que fazemos parte dessa realidade ficcional. Tenho falado com amigos de outros países que também nutrem uma paixão pela escrita pelo autor, e deles oiço de outras mais pessoas, todos são cruciais num ponto, todos nós lemos este livro num momento das nossas vidas em que parece que algo foi copiada do livro para os acontecimentos das nossas vidas, parece estranho não?

Acho estranho não haver nenhuma referência em particular a May Kasahara que é uma das minhas personagens favoritas de sempre de Murakami, das melhores pelo seu carácter e ser profundo.

Cumprimentos a toda a equipa,
Joana Guerra

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