quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Escritos Secretos - Crítica

Nome: Escritos Secretos
Autor: Sebastian Barry
Editora: Bertrand Editora
Tradução: Patrícia Xavier
Páginas: 300
Sinopse: "Roseanne McNulty tem perto de cem anos e é a doente mais antiga do hospital de saúde mental de Roscommon. O doutor Grene, o psiquiatra encarregado da avaliação dos pacientes, sente-se intrigado pela história daquela mulher, que passou os últimos sessenta anos da sua vida em instituições psiquiátricas. Enquanto o médico investiga, Roseanne faz uma retrospectiva das suas tragédias e paixões, que vai registando no seu diário secreto, desde a turbulenta infância até ao casamento que lhe prometia a felicidade. Quando o doutor Grene desvenda por fim as circunstâncias da sua chegada ao hospital, é conduzido até um segredo chocante."


Peguei neste romance com muita vontade, pois queria ler algo real. E foi com a realidade que me deparei: crua e nua. A história de Roseanne é algo que, ao início, não parece ter grande interesse mas que, com o tempo, começa a encher-se de mágoa, tudo porque é presbiteriana. Nesta obra encontramos uma Irlanda em guerra e cheia de preconceito, já para não falar de morte e perigo. É neste ambiente atribulado que Roseanne vive toda a sua vida, incluíndo os anos que passa nos vários hospitais psiquiátricos. Não conhecendo nada mais para além daquilo e idolatrando o seu querido pai que sofreu uma morte horrenda, a rapariga mais bonita de Sligo tenta seguir com a sua vida em frente. E, tal como toda a gente, apaixona-se. Mas é aí que os seus verdadeiros problemas começam.

Cheguei a partes em que me apetecia esbufetar certas personagens do livro, ou até mesmo abanar Roseanne, para que ela não se deixasse submeter ao tratamento que lhe deram. No entanto, ela revela-se forte e capaz de ultrapassar tudo sozinha. É uma daquelas mulheres que nós, do mesmo sexo, somos bem capazes de idolatrar.

No meio de toda a sua história, apenas uma coisa sobrevive. E é com esse segredo que o doutor Grene se vai deparar, no fim. Pois, o fim deste livro é bem capaz de ser a melhor parte de toda a obra. Passamos a leitura toda à espera do segredo terrível e, quando finalmente o descobrimos, damo-nos conta que estávamos à espera de tudo, menos daquilo.

Não diria que Sebastian Barry escreve «como um anjo», como é referido pela Sunday Telegraph, mas há que reconhecer que a sua escrita é melodiosa e as suas comparações são deliciosas. Este é um bom romance, apesar do seu lado mais sombrio.


Personagens favoritas: Roseanne Clear, Joe Clear, Jack McNulty, Eneas McNulty, Tom O Velho, Tom McNulty, Doutor Grene, Bet.

Nota: 7 - Bom

Sara

1 comentário:

Raquel disse...

Acho que foi no ano passado que vi este livro à venda numa feira do livro..fiquei com vontade de saber mais sobre ele, mas na altura não conhecia o mundo dos blogs nem das opiniões, por isso acabei por não comprar.
Pelos vistos estava no bom caminho..parece-me um livro muito interessante!

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