sábado, 3 de setembro de 2011

O Braço Esquerdo de Deus - Crítica

Nome: O Braço Esquerdo de Deus
Autor: Paul Hoffman
Editora: Porto Editora
Tradução: Mário Dias Correia
Páginas: 393
Sinopse: “A sua chegada foi profetizada. Dizem que ele destruirá o mundo. Talvez o faça…
Escutem. O Santuário dos Redentores, em Shotover Scarp, é uma mentira infame, pois lá ninguém encontrará santuário e muito menos redenção.
O Santuário dos Redentores é um lugar vasto e isolado – um lugar sem alegria e esperança. A maior parte dos seus ocupantes foi levada para lá ainda em criança e submetida durante anos ao brutal regime dos Redentores, cuja crueldade e violência têm apenas um objectivo – servir a Única e Verdadeira Fé. Num dos lúgubres e labirínticos corredores do Santuário, um jovem acólito ousa violar as regras e espreitar por uma janela. Terá talvez uns catorze ou quinze anos, não sabe ao certo, ninguém sabe, e há muito que esqueceu o seu nome verdadeiro – agora chamam-lhe Cale. É um rapaz estranho e reservado, engenhoso e fascinante. Está tão habituado à crueldade que parece imune a ela, até ao dia em que abre a porta errada na altura errada e testemunha um acto tão terrível que a única solução possível é a fuga.
Mas os Redentores querem Cale a qualquer preço… não por causa do segredo que ele sabe mas por outro de que ele nem sequer desconfia.”

Mal abrimos o livro entramos num Mundo negro onde os sorrisos não existem e onde ninguém conhece a felicidade. Thomas Cale, diferente de todos nós e igual a muitos que o acompanham, faz parte deste Mundo. Mas não é um “fazer parte” só por estar dentro dele. Ele é aquele Mundo. Com toda a crueldade e injustiça que foi criado, ele torna-se o lado negro de todas as coisas que imaginamos. No entanto, à medida que o vamos conhecendo, percebemos que é apenas mais um rapaz com a ânsia de viver. E viver, para alguém que nunca conheceu a vida na sua plenitude, é um grande desafio. Para mim, este é o ponto forte do livro: a maneira como Thomas Cale tenta viver a sua vida tão desesperadamente. Rodeado da morte iminente, ele acaba por se tornar a própria morte. Não o faz de propósito, mas é como uma maldição. Qualquer pessoa que toque, qualquer sítio que vá… a morte vai sempre consigo.

Gostei bastante do contraste entre o Santuário e Memphis, a cidade tão cheia de vida e confiança. Mergulhado nestes dois ambientes diferentes, assistimos a uma transfiguração de Cale bastante complexa e interessante de se assistir. Para além disso, mergulhamos numa existência que, a qualquer momento, pode terminar. E, desta maneira, tentamos saboreá-la ao máximo.

Entre várias filosofias da vida, desafios, duelos, provas e alguma paixão, este livro torna-se muito mais interessante do que à primeira vista parece ser. No entanto, sinto que lhe falta algo. A essência está lá, a história tem cabimento e bastante imaginação da parte do autor. Mas falta ali algum ingrediente que, talvez, só venha a descobrir nos outros dois livros que estão para sair. Se isso não acontecer, sinto que esta obra poderia ter muito mais para dar, muito mais para explorar.

Expectante pelo próximo volume, dar-lhe-ei um oito.

Personagens favoritas: Thomas Cale, Henri Vago, Riba, IdrisPukke, Simon, Bosco.

Nota: 8/10 – Muito Bom

Sara

2 comentários:

Viajante disse...

Lembro-me que li este livro quando saiu e que embora não me tenha deixado arrebatado foi um livro que gostei de ler e me cativou o suficiente para ler um segundo volume! O problema agora é que tendo saido o segundo volume vou ter de reler este porque me lembro de muito pouco da historia =/

Mas estou como tu, espero que aquele elemento especial, que tambem concordo "faltar" apareça agora neste segundo volume, ou no terceiro a sair... =)

boas leituras*

Anónimo disse...

Gostei realmente de ler o livro, a principio nao me apetecia le-lo mas comecei a ler e acabei-o em uns dias :D Sera que encontro um segundo volume na internet?

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