domingo, 6 de novembro de 2011

O Senhor dos Anéis: A Irmandade do Anel - Crítica


Nome: O Senhor dos Anéis - A Irmandade do Anel

Autor: J. R. R. Tolkien
Editora: Publicações Europa - América
Tradução: Fernanda Pinto Rodrigues
Páginas: 466
Sinopse: "Não se enganava o crítico ao indicar assim que estamos perante uma obra de leitura obrigatória, que, sem qualquer sombra de exagero, se insere entre as mais notáveis criações literárias do nosso século. Situando-se na linha da criação fantástica em que a literatura inglesa é fértil (...) Tolkien oferece-nos uma obra verdadeiramente monumental, onde todo um mundo é criado de raiz, uma nova cosmogonia arquitectada por inteiro, uma irrupção de maravilhoso que é admirável jogo de criação pura. O sopro genial que perpassa na elaboração deste maravilhoso, traduzido sobretudo no realismo da narração, deixa no leitor o desejo irresistível de conhecer «esse» mundo que, como crianças, chegamos a acreditar que existe. A Irmandade do Anel é o primeiro volume da trilogia O Senhor dos Anéis, em que se integram também As Duas Torres o O Regresso do Rei."

É com muita pena minha que admito perante o nosso blog que conheci primeiro os filmes e, só então, os livros. Nessa fase da minha vida andava demasiado ocupada com o Harry Potter para me aperceber que, de certeza, existiriam mais livros que teriam dado origem a filmes espectaculares. Só depois de alguma pesquisa e orgulho posto de parte é que decidi que tinha de ler os livros, mesmo já conhecendo a história toda.

Há uns anos atrás tentei começar a ler este volume. No entanto, não consegui terminá-lo. Encravei logo nas primeiras páginas, passando toda aquela explicação que nos é dada no início à frente - esse foi logo o meu primeiro erro. A partir daí, muitas coisas ficaram por compreender e, a certa altura, deixei-o de parte. Felizmente, voltei a pegar nele e agora não o larguei. Foi com alegria que li a pequena introdução que nos é feita no início do livro e que fiquei com vontade de ler O Hobbit. Sinto que é algo necessário, obrigatório, para poder compreender cada pormenor desta trilogia. O mesmo acontece com O Silmarillion. Ao longo da história fui lendo várias menções a esta jóia, o que me deixou morta de curiosidade.

Ao iniciarmos esta leitura estamos, de facto, a entrar num mundo completamente novo e original. Daí sentir que as outras obras de Tolkien são tão importantes, pois passam-se exactamente na mesma realidade. Como complemento, pretendo lê-las mais tarde e, quem saiba, fazer um mapa mental do mundo que deixarei para trás.

Em comparação aos filmes, que já tinha visto, senti uma certa falta de intimidade entre as personagens que acompanham Frodo na tão afamada Irmandade do Anel. Todos eles se tratam por "senhor" e existe um tremendo respeito entre todos. No entanto, sinto que esse respeito também não ajudou à criação de laços entre eles. E existe uma criação de laços visível no filme - no livro nem tanto, à excepção de Passos de Gigante e Gandalf com os pequenos halflings.

Mas passando este pequeno pormenor à frente, sinto que existem certas partes do livro em que algumas situações não funcionaram tão bem como eu estava à espera. Provavelmente isso é culpa minha por não conseguir imaginar aquela realidade e aquelas personagens à minha maneira. Tudo se desenrola na minha cabeça como no filme: os actores são os mesmos, os cenários são os mesmos... E talvez isso não ajude. Falo, especialmente, na situação de Mória. No filme, parece super assustadora, um dos pontos fortes da primeira parte da trilogia. No livro, senti-a tão fracamente assustadora, tão fracamente negra e aflitiva. Mais uma vez, a culpa é da minha imaginação corrompida pelos filmes.

De resto, achei o livro formidável. Deu para perceber, perfeitamente, que o livro é muito mais rico em situações e aventuras do que o filme. Muitos pormenores foram excluídos da adaptação cinematográfica e só agora entendo o quão triste isso é. Ao contrário da situação de Mória, senti que Lothlórien do livro é muito mais mágica e misteriosa que aquela que aparece no filme. Aqui sim, senti-me entre Elfos e a sua "magia". Entre toda aquela eternidade e perfeição que o filme não conseguiu captar.

É nesta eterna disputa entre o livro e o filme que eu me foco, peço desculpa. No entanto, foi assim que a minha cabeça se sentiu ao longo desta leitura. Mas, tal como sempre, chega-se à conclusão que os livros - as obras originais - são muito melhores que aquelas que nos querem impor através do ecrã da televisão. Absorvida por esta história que ainda muito me tem a ensinar, aguardo ansiosamente pela leitura do segundo volume que terá de ser adiada devido à Faculdade.

Personagens favoritas: Tom Bombardil, Frodo, Sam, Gandalf, Aragorn, Legolas, Gimli.

Nota: 9/10 - Excelente

Sara

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu também conheci os filmes antes dos livros mas, mesmo assim, mereceram uma atenta leitura :D

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